Garrafas de vinho australiano nas prateleiras de um supermercado em Hangzhou, na província de Zhejiang do leste da China em 27 de novembro de 2020. Foto: VCG

A China e a Austrália estão se esforçando para abordar preocupações mútuas por meio de diálogo e consulta, o que ajudará a melhorar o ímpeto nas relações bilaterais, disse Wang Wenbin, porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da China, em uma entrevista coletiva de rotina na quarta-feira.

Wang fez as observações em resposta a uma consulta da mídia sobre se o governo chinês retirará as tarifas sobre o vinho australiano. Recentemente, autoridades e meios de comunicação australianos alegaram que a China está preparada para remover o imposto de importação.

"O que posso dizer é que, por algum tempo, China e Austrália se engajaram em diálogo e consulta para abordar as preocupações um do outro adequadamente e trabalharam em conjunto para realizar um momento de melhoria e crescimento nas relações bilaterais", disse Wang.

"Eu gostaria de encaminhá-los às autoridades competentes para suas perguntas específicas", disse o porta-voz.

A China está pronta para continuar intensificando o diálogo e a cooperação com a Austrália sob os princípios de respeito mútuo, igualdade, benefício mútuo e busca de terreno comum enquanto arquiva as diferenças, a fim de promover o crescimento constante e sólido das relações China-Austrália, observou Wang.

A China e a Austrália estão abordando em conjunto a disputa do vinho, com ambos os lados abordando a questão com uma atitude franca e pragmática, disse Chen Hong, diretor do Centro de Estudos Australianos da Universidade Normal da China Oriental, ao Global Times na quarta-feira.

A ansiedade do lado australiano ressalta a importância do mercado chinês como um importante destino para as exportações da Austrália. Apesar das tentativas de alguns participantes da indústria vinícola australiana de explorar mercados alternativos, nenhum pode igualar a escala e a velocidade de crescimento da China, disse Chen.

Há uma forte antecipação de que as questões, incluindo as importações de lagosta australiana, possam ser resolvidas em breve, desde que o lado australiano evite a politização das questões comerciais, observou Chen.

Em 2019, o vinho australiano dominou o mercado chinês com uma participação de 35,54%, superando a França e garantindo a maior participação de mercado, segundo relatos da mídia. No entanto, esta posição foi comprometida após a deterioração das relações bilaterais.

A participação de mercado anterior do vinho australiano na China foi majoritariamente ocupada por vinhos da França, Chile e Itália.

O Ministério do Comércio da China (MOFCOM) começou a revisar as tarifas antidumping e compensatórias sobre o vinho australiano em 30 de novembro de 2023. A tarifa sobre o vinho australiano foi cobrada pela primeira vez em 28 de março de 2021.

Autoridades do governo australiano e meios de comunicação frequentemente trouxeram a questão à tona, indicando a grande ansiedade dos vinicultores australianos em retornar ao mercado chinês.

O ministro do Comércio australiano, Don Farrell, disse à Sky News no domingo que tinha esperança de que a China retirasse as tarifas sobre o vinho australiano assim que a revisão fosse concluída até o final de março, e que o progresso também está sendo feito na exportação de lagostas para a China, informou a Reuters.

Em resposta à declaração de Farrell, o embaixador da China na Austrália, Xiao Qian, disse em um evento na segunda-feira que a revisão da China sobre as tarifas sobre o vinho australiano está progredindo bem, mas Xiao não confirmou que a disputa seria resolvida este mês, segundo a Reuters.

A Treasury Wine Estates (TWE), uma vinícola global australiana, disse em um documento da bolsa de valores na terça-feira que foi informada de que o MOFCOM divulgou um esboço preliminar de determinação que propõe a remoção das tarifas atuais impostas pela China às importações de vinho australiano.

O rascunho não é uma determinação final, disse a TWE, estendendo sua expectativa de que uma determinação final seja divulgada nas próximas semanas.

As interações frequentes e ativas das autoridades chinesas e australianas também serviram como um sinal positivo crucial de que mais disputas comerciais seriam resolvidas.

Em 26 de fevereiro, o ministro do Comércio chinês, Wang Wentao, se reuniu com Don Farrell, pedindo uma cooperação fortalecida na adesão da China ao Acordo Transpacífico Abrangente e Progressivo. A reunião marcou uma nova tentativa de construir laços comerciais bilaterais mais estreitos.

Além de resolver disputas comerciais tradicionais, Chen expressou seu otimismo de que o relacionamento China-Austrália tenha espaço para avanço em áreas muito mais amplas, destacando o potencial em campos emergentes como energia limpa e economia digital.

Além disso, Chen observou a importância da Austrália adotar uma atitude aberta e sincera em relação ao investimento chinês, sem sucumbir a motivações politicamente motivadas influenciadas pelos EUA pelas chamadas razões de segurança nacional. Essa atitude aberta e sincera é crucial para promover um futuro mais saudável e sustentável nas relações bilaterais, disse Chen.


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